Como pagar as dívidas?

Como pagar as dívidas?

As histórias das famílias endividas são semelhantes, em geral elas tem dividas que somadas perfazem duas ou três vezes a receita mensal recebida. Devem no cartão de crédito, no cheque especial e possuem boletos em atraso.

Elas verdadeiramente desejam pagar as dívidas assumidas, mas realmente não sabem como.

Para começar a resolver o quebra-cabeça é preciso reunir todas as peças. O endividado precisa anotar o valor de cada dívida atrasada e a taxa de juro praticada em cada uma delas. Deve-se pagar primeiro não a dívida maior, e sim a mais cara, ou seja, aquela que tem a maior taxa de juro. Este é o primeiro passo, numerar as dívidas pelo valor do juro praticado e pagar primeiro a mais cara.

O mais aconselhável é ir ao banco no qual se possui conta e negociar com a gerência. O banco assume todas as dívidas e passa-se a dever a um único credor: o banco.  No banco você negocia parcelas mensais que realmente consiga saldar. Pergunte a taxa de juro e barganhe uma taxa menor. Nunca a primeira oferta é boa, o gerente já espera o choro do cliente e sempre tem margem para baixar um pouco mais.

Você sabe o valor que pode dispor mensalmente?

Para responder à pergunta você deve ter um fluxo de caixa com suas despesas fixas mensais e a média das variáveis. Deve saber precisar quanto gasta no mês para saber qual o valor máximo da parcela que poderá assumir. Seja realista, não adianta austeridade total, deixe saldo em seu fluxo de caixa para gastos com lazer e para emergências: uma torneira ou chuveiro que precisa ser trocado, um remédio para gripe, um pneu furado do carro, etc.

Ao negociar com o gerente do banco você deve ter em mente o valor máximo que pode pagar em cada parcela.

Se a dívida couber dentro do seu orçamento, ótimo. Caso contrário é necessária outra medida. Uma boa estratégia é refinanciar o próprio carro. Se o valor do veículo é, por exemplo, R$ 20 mil, e sua dívida total em cartão de crédito, cheque especial e boletos de R$ 10 mil, você pode saldar a dívida dando o carro como pagamento e refinanciando o próprio automóvel. A vantagem desta engenharia financeira é que se paga menos juros, pois o lastro da dívida passa a ser o automóvel. É como se você tivesse vendido o carro por R$ 20 mil, usado R$ 10 mil para quitar todas as dívidas e recomprado o próprio carro financiado, com entrada de R$ 10 mil. Na prática a manobra financeira é esta.

Caso a dívida for muito maior, esta manobra pode ser feita com a casa ou apartamento.

Ainda a família endividada pode optar por realizar um bazar e vender alguns objetos ou roupas. As pessoas costumam descartar essa recomendação por terem que assumir publicamente que estão em dificuldade financeira. Bobagem. Tenho a certeza que aqueles que irão criticar estão em situação financeira semelhante. Não dê atenção ao status social, pois ele não paga suas contas.

As pesquisas tem mostrado que 50% das dívidas atrasadas são no cartão de crédito. As pessoas ainda não se conscientizaram que dever no cartão é suicídio financeiro, o juro é altíssimo. Não tenha vergonha de ir ao banco e pedir um empréstimo, é mais saudável.

Agora o que tenho notado nas famílias é que elas vivem um padrão que não são capazes de sustentar. Uma casa grande num bairro nobre proporciona maiores gastos. Escolha morar num lugar mais simples e menos luxuoso.

Com o automóvel o mesmo raciocínio é válido. Para que um carro com motor 1.8, 4 portas, trio elétrico, roda de liga leve e som de primeira linha? Um carro 1.0, duas portas e com alguns anos de uso leva você para os mesmos lugares. A diferença é que ele cobra bem menos para isto.

Seguir a moda só tem levado as famílias a se endividarem cada vez mais. Mude o foco do prazer, saia do ter e consumir para algo mais focado nas coisas simples da vida, como estar na companhia de alguém que você goste, por exemplo.

Boa quinta-feira!

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