Provisionamento de despesas

Provisionamento de despesas

Ano Novo e as contas já começaram a chegar pelo correio. IPVA, Conselho Regional, IPTU. Ainda existem aquelas que precisam ser negociadas. Matrícula e transporte escolar, por exemplo.

Quem bem planejou, provisionou estas despesas. Quem não se planejou, neste momento está lamentando como os impostos são caros no Brasil e o salário é baixo e insuficiente.

O ideal é sempre provisionar os valores e economizar mês a mês durante o ano anterior para começar o novo ano pagando tudo à vista e com desconto. Defendo o provisionamento de 5% da receita líquida durante todos os meses e deposito na caderneta de poupança para a quitação das despesas de início de ano.

Uma pessoa com renda líquida mensal de R$ 3.500,00 teria após 12 meses pouco mais de R$ 2.100,00 (5% do salário mais os juros recebidos). Este valor deve ser suficiente para pagar à vista o licenciamento total do veículo e o IPTU da moradia.

E se não for?

Amigo, sinto muito lhe informar mais você possui bens além de sua capacidade de pagamento e deve rever o valor deles. Talvez seja aconselhável a venda do carro e a compra de outro de menor valor. Quem sabe morar em um bairro onde o valor do imposto predial seja menor.

Além destas despesas específicas e pontuais, que possuem vencimento nos dois primeiros meses de cada ano, ainda outras contas fixas mensais podem ser provisionadas e negociadas em parcela única com desconto.

Mensalidade escolar ou de cursos regulares (informática, idioma). Em geral os cursos tem um valor fixo, anual ou semestral, sendo o valor dividido em parcelas mensais ao longo da duração do curso. Negocie com a escola o pagamento em uma única parcela com desconto. É possível descontos entre 10% e 20% no pagamento à vista.

A importância do fluxo de caixa

Quem manteve um fluxo de caixa durante todo o ano de 2012 conhece a média dos gastos e pode projetar as despesas futuras. É possível equacionar com certa precisão o quanto será gasto em cada grupo de despesas. Desta forma não se tem grandes surpresas.

A reserva de emergência não pode ser esquecida. Além de provisionar as despesas fixas é preciso ter uma reserva para eventos emergenciais. Não ignore a reserva e não gaste ela com outra coisa que realmente não seja uma emergência.

Previsões econômicas

É impossível prever o valor do juro, do dólar e do crescimento econômico. Os dois primeiros ainda estão sob o controle do governo, já o último não. O ministro Guido Mantega errou feio ao afirmar que o Brasil cresceria entre 4% e 5% em 2012. Não chegou a 1%.

Analistas econômicos não são capazes de prever o futuro. No mundo globalizado de hoje qualquer ação realizada por uma grande nação tem reflexo imediato em todo o mundo. E, como prever os acontecimentos não é possível, prever o andar da economia também não.

No que investir?

O momento econômico continua incerto. Por aqui ainda mais com tantas intervenções governamentais. Investir em empresas individuais ficou ainda mais arriscado com o governo colocando sua mão. As elétricas falam por mim.

Apesar disso, ainda vejo o momento favorável para investir em renda variável com objetivo de longo prazo. ETF continua sendo minha escolha. Diversificar através de um fundo de índice passivo é menos arriscado.

Os Fundos Imobiliários e o Ouro (15,26%), e este pelo terceiro ano consecutivo, foram bons investimentos em 2012. Se continuarão a ser em 2013 não há como saber. O ouro ganha valor em momentos de crise, como o cenário ainda é nebuloso, apostar no metal pode ser uma escolha acertada. Já os FII são ativos que ganham maior liquidez a cada ano, e apresentou forte valorização em 2012 (35,02% - IFIX). Seu maior risco está atrelado a uma possível bolha imobiliária, mas mesmo com o estouro de uma bolha os FII sofreriam menos, pois seus imóveis são comerciais e não residenciais.

A renda fixa continuará a render pouco, provavelmente apenas protegerá os valores investidos da inflação. A caderneta de poupança poderá até mesmo apresentar rentabilidade real negativa.

Os fundos imobiliários, apesar de serem investimentos de renda variável, estão, aos poucos, ocupando a parcela dos valores antes destinados à renda fixa. A baixa da Selic desestimula o investimento em renda fixa e como os fundos ficam nos primeiros degraus na classificação de risco dos investimentos de renda variável, se apresentam como uma alternativa, eu diria, natural.

Educação

Não existe crescimento sustentável sem educação. Continue atento à sua empregabilidade. Entre investir em ativos ou em educação fique com a segunda opção. Conhecimento sólido é o adubo para o crescimento duradouro.

Nota

Nos últimos textos do blog tenho abordado mais temas econômicos, macroeconômicos sendo mais preciso, e escrito menos sobre finanças. O motivo é o crescimento de blogs com o tema finanças; sendo assim, tenho procurado apresentar conteúdo diferente e não apenas falar mais do mesmo.

Boa semana!