Palhaços elegem palhaços

Palhaços elegem palhaços

Faltam poucos dias para a eleição e quero novamente falar sobre política. Estou preocupado com o grande número de votos que um candidato inexistente irá ter. Votos que serão suficientes para ele se eleger e ainda eleger mais dois ou três representantes do seu partido.

Os partidos políticos sempre usaram como estratégia para angariar votos o lançamento de candidatos com forte carisma junto à população. Eles atraem votos porque são rostos conhecidos do público.

Jogadores de futebol, cantores e artistas, por estarem sempre na mídia e serem famosos, são naturalmente puxadores de votos. Apesar de discordar e achar desonesto tal atitude, infelizmente é assim que se faz política em nosso país.

Ninguém realiza a compra de um produto sem antes pesquisar, conhecer e analisar detalhes. Mas, para votarmos em nossos representantes, cidadãos que ditarão o rumo do nosso país, não temos os mesmos cuidados.

Tudo bem, somos um povo ignorante e não sabemos votar. Acreditamos sempre nas mesmas falsas promessas e acabamos votando no candidato que tem maior carisma, tempo na TV e uma campanha com um marketing apelativo, que é capaz de convencer a quase todos que ele é a solução para todos os problemas do Brasil.

Mas, o que tem me assustado é que no cenário atual há um fator agravante. Temos um candidato palhaço. Um candidato que não saiu durante toda a campanha do personagem, não mostrou quem ele é e o que pretende fazer. Votaremos no palhaço, no personagem e não no cidadão.

Percebam a diferença: uma coisa é elegermos um cidadão, que mesmo com competência duvidosa para governar, consegue legitimamente votos por ser famoso, seja por ser ou ter sido um jogador, um artista ou um cantor. Outra coisa, é o que está acontecendo, literalmente, o palhaço será eleito. Afinal, ele é quem tem feito campanha, o homem não saiu do personagem em momento algum.

Conversando com minha prima no último feriado, militar que esteve em minha casa para uma visita, falávamos da corrupção na polícia. E ela me falou o seguinte: “Jônatas, o policial é o cidadão e o cidadão é corrupto, logo a polícia é corrupta”. Apenas concordei com ela, não tive argumentos contrários.

Concluo parafraseando minha prima; o candidato é o cidadão e o cidadão é palhaço, logo o candidato será um palhaço.

Deixo abaixo uma das minhas músicas preferidas: Sonhos de um Palhaço (Byafra). A interpretação é do Belo.

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Boa quarta-feira para você.