A felicidade não é um direito, mas sim uma conquista

A felicidade não é um direito, mas sim uma conquista

A felicidade não é um direito, mas sim uma conquista.

As pessoas têm achado que o mundo tem a obrigação de fazê-las felizes. Errado. O mundo gira sem se importar com sua insignificância. Ele não conspira ardilosamente contra você, mas também não se movimenta para o seu deleite.

Quando você parar de lamentar porque determinada situação não ocorreu da maneira que você julgava ser a melhor você será mais feliz. Você pode fazer tudo correto na vida, de maneira ética, moral e socialmente falando e sua vida ser um desastre. Não é por agir de forma politicamente correta que você estará imune a ser atropelado ao atravessar a rua, a ter sua casa inundada pela chuva ou, sendo bem drástico, vir a ser acometido por um câncer. Você pode ser um traste de pessoa, mentir, manipular e mesmo cometer pequenos delitos e ainda o mundo sorrir para você.

O que quero dizer é que o mundo não se importa com você, ele não vai proporcionar alegrias aos bons e tristeza aos maus. É claro que suas ações potencializam suas chances de sucesso e fracasso como eu já escrevi aqui. Elas potencializam, mas não a definem.

Duas situações que só dependem da pessoa, mas que muitos reclamam diariamente atribuindo a culpa a agentes exógenos são: dividas e sobrepeso.

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Comecemos pelo segundo. Não adianta culpar o almoço gostoso, a saída com os amigos ou a sua mãe que cozinha tão bem. Você faz sua escolha de comer ou não aquele alimento pouco saudável em termos nutricionais e ainda cheio de calorias que lhe farão engordar. Também é decisão única e exclusiva sua ficar sentado assistindo TV ou ir a uma academia diariamente e realizar 45 minutos de caminhada ou corrida e mais 15 minutinhos de musculação. Com uma alimentação saudável e 5 horas semanal de atividades físicas você mantém a forma e tonifica os músculos. Fora outros ganhos adicionais como uma melhor oxigenação do cérebro gerando insights bacanas, ausência de dores nas costas, maior fôlego para a rotina do dia-a-dia e maior disposição para o sexo. Particularmente costumo tomar decisões quando estou na esteira correndo moderadamente. Também, muitas vezes, é neste momento que surgem ideias para um texto ou uma aula.

Dívidas, quem não as tem? Frase pronta de qualquer endividado. Desculpa esfarrapada. Eu não tenho. E não tenho por escolher não as ter. Decidi viver uma vida à vista. Aquela história que se não for em parcelas eu nunca terei nada é engodo e serve apenas para aplacar a consciência. Dizem os mais velhos que você não deve colocar seu chapéu onde sua mão não alcança. As propagandas são apelativas, as vitrines estrategicamente pensadas para lhe fazer gastar por impulso e os vendedores treinados (alguns nem tanto). Eu sei que tudo corrobora para o consumo. Eu sei, e você também sabe. Mas também sabemos que a decisão é sempre nossa. Consumir ou não é uma escolha.

O que mais se ouve na TV quando o assunto é educação financeira é que você não deve comprometer mais que 30% da sua renda líquida com financiamentos. Aí as pessoas vão e financiam a tão desejada casa própria em 30 anos e comprometem 30% da renda com as parcelas. Isso é um suicídio programado. E o motivo é muito simples. Você terá que viver os próximos 30 anos sem novos financiamentos. Agora seja honesto, você consegue? Sua resposta é não, eu sei. Aí você irá se endividar e viverá uma vida desgraçada ao ser sugado pelas dívidas.

A educação financeira vai muito além do chavão de não comprometer mais que 30% da renda. Educação financeira é um hábito a ser adquirido. Você precisa estudar para aprender. Eu recomendo a você o meu livro Método para a Educação Financeira: da Sensibilização à Ação. Existem dezenas de outros bons livros no mercado, mas se você está começando este será um bom ponto de partida.

Quanto ao sobrepeso é tão difícil quanto à educação financeira. Procure um nutricionista e tire a ideia de regime da cabeça. Regime tem data para começar e terminar. Prefiro falar em reeducação alimentar. Ou seja, algo permanente, uma nova forma de encarar a comida.

Sua felicidade é uma conquista. A felicidade de comer em demasia e comprar por impulso é passageira. A verdadeira felicidade está naquilo que proporciona um prazer duradouro e não momentâneo. Para o filósofo Kant os prazeres de maior valor moral exigem educação e cultura para serem percebidos. Concordo com ele.

Abraço!