[guest post] Imóveis em São Paulo cada vez mais caros

[guest post] Imóveis em São Paulo cada vez mais caros

O artigo de hoje foi escrito pela leitora deste blog Larissa Martins.

Em agosto, Robert Shiller, Prêmio Nobel de Economia de 2013, esteve no Brasil e comentou sobre a possibilidade de uma bolha imobiliária nas maiores cidades do país. De acordo com o economista isso se expressa ao analisar os preços dos imóveis em São Paulo e no Rio de Janeiro, que dobraram nos últimos cinco anos.

De 2008 para cá, o que se vê no Brasil é um processo de redução de juros, tornando o setor imobiliário lucrativo, além do aumento do crédito e empréstimos. Com isso os preços foram aumentando cada vez mais, o que pode gerar um mercado especulativo, com pessoas comprando imóveis para revender quando o valor estiver mais alto. E é assim que se forma uma bolha imobiliária, como ocorreu nos EUA em 2007-2008.

Um dos fatores que contribuiu para esse crescimento nos preços foi a redução nos juros para financiamentos imobiliários dos bancos. Isso favoreceu a liberação de uma demanda que estava reprimida. Com a procura maior, os preços subiram e permaneceram altos, mesmo quando a demanda diminuiu.

O programa Minha Casa Minha Vida, implantado pelo governo em 2009 com o objetivo de reduzir o déficit habitacional, também colaborou para o aumento da procura por imóveis. Com o crédito subsidiado pelo governo, em apenas um ano foi atingida a meta de um milhão de habitações. O objetivo para 2011-2014 é construir dois milhões.

bolha-imobiliaria

É a lei da oferta e da procura. Como o ritmo das construções não acompanha o da busca por imóveis, o que se vê é uma procura bem maior que a oferta, aumentando os preços. A melhor saída para quem quer adquirir uma propriedade na capital paulista ainda é pesquisar bastante, buscando por imóveis que caibam no seu bolso. Em alguns sites de imobiliárias você pode melhorar sua busca, pesquisando por bairros (ex.: imóveis morumbi) estipulando o valor máximo no momento da pesquisa, facilitando sua procura.

Outro fator que pode contribuir para o aumento dos preços dos imóveis é o novo limite para uso do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) em financiamentos imobiliários. Desde outubro o valor máximo de um imóvel comprado com recursos do fundo subiu de R$ 500 mil para R$ 750 mil em SP, MG, RJ e DF e para R$ 650 mil nos demais estados.

O último reajuste havia sido em 2009, quando subiu de R$ 350 mil para R$ 500 mil. Ou seja, em quatro anos o valor duplicou, refletindo uma necessidade dos brasileiros, que encontram imóveis cada vez mais caros.

Mas se o FGTS pode contribuir para um aumento nos preços, por outro lado sem dúvida irá ajudar quem tenta comprar um imóvel.