No que investir em 2011?

No que investir em 2011?

Fácil pergunta e difícil resposta.

Primeiramente eu defendo a manutenção da estratégia traçada. Você não tem uma estratégia? Então deveria ter. Uma estratégia racionalmente traçada padroniza as decisões e não leva o investidor a agir emocionalmente em momentos de crise. Também são presumíveis estratégias diferentes para objetivos diferentes. Os investimentos destinados à aposentadoria devem ser pensados de maneira diferente dos objetivos de curto prazo – até dois anos – e médio prazo – acima de 2 anos e menos que 10 anos.

Em 2011 tudo leva a crer que a SELIC se manterá na casa dos 11% e a inflação fechará o ano em 5%.

LFTs que são títulos públicos indexados a SELIC são bons investimentos para o curto prazo. Vejo com bons olhos também a NTNF com vencimento em janeiro de 2014, ela está com rentabilidade prefixada de 12,50% ao ano.

A Bolsa de Valores teve um 2010 sofrível. Tem grandes chances de crescer forte em 2011. Só que investimentos em bolsa são para quem tem a certeza de não precisar do dinheiro no curto prazo. A meu ver, investir em bolsa sabendo que irá precisar do dinheiro logo é bobagem, mesmo que diversos analistas dizem que é possível se fazer ganhos no curto prazo é pura especulação e você correrá grandes riscos.

A caderneta de poupança irá novamente apenas proteger seu dinheiro da inflação, e isso no acumulado do ano, pois haverá mês que ela perderá da inflação.

CDBs de bancos de primeira linha não serão bons negócios. Vejo como bom negócio somente se você conseguir 100% do CDI e, como você não irá conseguir caia fora. Bancos de segunda e terceira irão pagar mais. O crédito estará reduzido com a política governamental de segurar a inflação e os bancos terão menos dinheiro a emprestar e irão precisar captar mais, em bancos menores você conseguirá CDBs a 100%, ou até mais, do CDI dependendo do valor negociado. Lembre-se do risco de falência da instituição e perda do dinheiro, mas lembre-se também que o governo, através do Fundo Garantidor de Crédito, lhe assegura valores de até 60 mil ou 120 mil para contas conjuntas. Seja um bom vendedor e negocie direito ao emprestar seu dinheiro a um banco.

E quando se pensa em ações, quais papéis comprar?

Se você não tem tempo e nem paciência para estudar o mercado o melhor é investir num fundo de índice, um ETF que acompanhe algum índice, o PIBB11 é um deles.  Não se esqueça de escolher bem sua corretora, as taxas cobradas têm preços bem diferentes. Também você pode trabalhar com duas corretoras, uma para o Tesouro Direto que não cobre taxa de custódia e outra para operar ações que cobre taxa de corretagem baixa e te isente de custódia mensal nos meses que realizar operações.

E quais papéis?

É complicado falar em papeis, cada um tem uma forma de analisar a empresa. Primeiro diversifique, tenha ações de setores diversos da economia e ações de empresas diferentes no mesmo setor. Este seria o cenário ideal para a maioria. Petrobras é um bom papel, não tenho dúvidas e acredito que irá se valorizar em 2011. Papéis de bancos são sempre boas escolhas, eu gosto do Banco do Brasil, mas tanto o Itaú como o Bradesco são boas escolhas. Estamos longe de deixar de usar papel e a Suzano Papel e Celulose é carro forte da Bovespa. No setor elétrico a Tractebel é uma excelente empresa com visão fundamentalista, recomendo. Na construção civil a GAFISA está em um ótimo momento de entrada, empresa sólida e com crescimento sustentável. No setor de consumo a Ambev é boa pedida. Mineração. A Vale é escolha certa em qualquer carteira.

Agora falo um pouco de setores que eu não gosto. Aviação. O motivo é que qualquer acidente aéreo leva o preço da ação lá para baixo, não gosto do risco. Também não gosto de empresas de tecnologia, pois qualquer tecnologia pode se tornar obsoleta da noite para o dia e seu dinheiro evaporar. O setor de fumo eu não gosto por questão de valores pessoais, não me sinto confortável em lucrar sabendo que pessoas estão morrendo por causa do cigarro. A CIEL3, a maquininha que passa cartão, é uma ótima empresa, mas não têm concorrentes e qualquer um pode chegar e superá-la, não a vejo com bons olhos, mesmo sendo uma queridinha dos analistas hoje.

O investimento em imóveis no Brasil ainda é bom negócio. A construção de pequenas casas para aluguel é boa medida, mas dá dor de cabeça e exige um lado comercial apurado. Investir em fundos de imóveis negociados em bolsa é menos trabalhoso, o INCC – índice inflacionário na construção civil – apresenta alta significativa e consequentemente os alugueis irão subir. Eu não invisto em fundos, mas diversos colegas blogueiros investem e estão bem satisfeitos. O que acho complicado é monitorar o que seja um bom ou mau negócio, mas que o setor vem crescendo não há duvidas. Talvez comprar, traçar a perda aceitável em relação ao valor da cota, e programar um Stop Loss no Home Broker.

E por último e mais importante é o investimento em educação. Não deixe de estudar e se aperfeiçoar nunca, seja o estudo no seu ramo de atuação, seja o estudo na área financeira. Investimentos em educação sempre pagam bons dividendos.

E lembro a você que o gerente do seu banco não é seu amigo, ele é pago para aumentar os rendimentos do banco e não os seus, portanto não confie no que ele lhe apresenta como “o melhor investimento”.