Ciclo organizacional de Greiner

Ciclo organizacional de Greiner

O texto de hoje teve como influência a apostila de Gestão Estratégia do curso de Administração, modalidade EaD, da Universidade do Sul de Santa Catarina. Recebi a apostila de uma querida leitora do blog. Obrigado **Adriana **e bons estudos.

No Brasil, empresas nascem ou da visão de seus donos que enxergam uma oportunidade ou por uma necessidade de emprego e falta de vaga disponível; aí o cara fala: vou montar um negócio. Sem planejamento algum, sem ao menos saber o que é um plano de negócios, ele começa. Aos trancos e barrancos ele começa, e seja lá o que o que Deus quiser.

Empresas em formação são pouco estruturadas em relação a cargos e funções. Tanto seus sócios como os funcionários contratados acabam realizando um pouco de tudo, são de gerentes a faxineiros.

Assim nascem a quase totalidade das organizações brasileiras.

O primeiro ciclo apontado por Greiner é o chamado de crise da liderança. É o momento que a empresa precisa se profissionalizar, precisa ser gerenciada de forma não mais amadora e sim profissional. É o momento de prever como lidar com crises internas e de mercado. Neste momento muitas “quebram”, pois seus donos não conseguem passar por esse primeiro ciclo. Dados estatísticos mostram que 80% das empresas fecham as portas nos primeiros cinco anos de vida.

Para superar o primeiro ciclo é necessário direção – o segundo ciclo. Torna-se fundamental um ou mais profissionais que “pensem” a organização, que dê rumo a ela. Neste momento eficiência operacional é questão de sobrevivência. Não adianta mais vender apenas, tem que se estruturar. Cargos e funções devem existir. É interessante um plano de cargos e salários. A divisão por áreas funcionais se faz necessário para a busca da eficiência. Estoques são planejados, metas de vendas são estabelecidas. O pequeno negócio começa a ganhar “cara” de empresa. Nesse momento começa a surgir os problemas com pessoal. São funcionários que querem ganhar mais, outros que querem mais poder e autonomia. No início a motivação era simplesmente não deixar morrer o negócio, agora se torna necessário conhecer estratégias motivacionais. Comunicação eficaz também não deve ser esquecida.

Com o crescimento da empresa a terceira fase passa a ser exigida – delegação. Fica impossível seus donos gerenciarem tudo e todos. Delegar é questão de sobrevivência. Controlar as minúcias de cada tarefa é impossível e atribuir poder e responsabilidade tem que ser feito. Dependendo do crescimento se torna necessário à abertura de filiais, novos gerentes para cada nova unidade são contratados e transmitir a visão e missão da organização com eficácia é um dos fatores preponderantes para a continuidade do sucesso.

O quarto ciclo é o da coordenação. A empresa não é mais de seus donos, ela existe por si só. Linhas de assessorias para avaliação e revisão de unidades de negócio se fazem necessárias. Equipes para a criação e desenvolvimento de novos produtos é outra necessidade. Talvez também seja o momento de abrir o capital social da empresa, vender ações na BOVESPA e expandir ainda mais. Fatores burocráticos tomam tempo e contar com um bom time de advogados é importante também.

O quinto ciclo é o da colaboração. Neste momento as decisões são democráticas. Acionistas da organização tem voz ativa e dão o rumo a ser seguido. Conflitos são constantes e o gerenciamento deles com efetividade deve ter especial atenção. Equipes multifuncionais devem existir e uma administração mais cerebral é adequada. O foco no macro ambiente não só nacional mais também internacional é fundamental. Participação nos lucros e bonificações são outros pontos que um RH estratégico terá que saber lidar.

Cabe salientar que nem todas as organizações passam por todos os ciclos, algumas já nascem em ciclos mais avançados. Algumas não desejam evoluir e são pensadas para parar de crescer em dado estágio. Ainda algumas avançam e retrocedem de um ciclo a outro.

Também os ciclos não são claramente definidos e identificados, eles se confundem, se misturam. Afinal organizações são organismos vivos e não máquinas estáticas.