Moeda não é dinheiro

Moeda não é dinheiro

O papel moeda, sejam as notas ou as moedas propriamente ditas, não é dinheiro. Ele é apenas o meio representativo de troca de riquezas.

O dinheiro, e não a moeda; representa a riqueza produzida.

No início, as pessoas produziam suas riquezas e havia a troca, o escambo, pela riqueza produzida por outras pessoas. Os preços eram definidos pelos agentes envolvidos.

O problema é que acontecia de um indivíduo ter interesse pela riqueza de outro, mas este não ter o interesse pela riqueza deste. Assim, ficava difícil haver o escambo.

Logo foi percebido que algumas mercadorias eram de interesse de todos, e tê-las significava poder trocá-las por qualquer outra riqueza.

Estas se tornaram moeda.

O sal, o café e o ouro já foram usados como moeda.

Um objeto para ser usado como lastro de riqueza precisa ter algumas características: ser escasso, difícil de fabricação e de fácil transporte.

Moeda sem lastro apenas gera inflação e não representa riqueza.

Quando um governo imprime papel moeda ele não gera riqueza, apenas aumenta a quantidade de moeda circulando na economia gerando inflação.

A moeda apenas deve ser usada como lastro de riqueza, para haver moeda uma riqueza correspondente deve ter sido criada.

Como gerar riqueza?

A riqueza tem valor marginal. Ela não é definida pelo trabalho despendido em sua fabricação ou mesmo pela quantidade de matéria prima usada. Seu valor é definido por sua escassez e pelo valor (utilidade) que os indivíduos dão a ela.

Um Ferrari custa dezenas de vezes mais que um carro popular. Seu custo marginal (fixos + variável), porém não é tão superior a de um carro popular. O que define seu preço de mercado é seu valor marginal e não seu custo marginal.

Concluímos então que geramos riqueza ao criar alto valor marginal.

Uma empresa, a Apple, por exemplo, gera riqueza ao disponibilizar um produto de alta demanda.

Empreendedorismo

O empreendedor é aquele individuo criativo que percebe que uma determinada ideia poderá lhe proporcionar ganhos.

Ele percebe uma carência mercadológica e visa satisfazê-la. Cria um produto ou serviço e assim gera riqueza. Seu retorno dependerá do valor marginal que o mercado atribui a ele.

Um jogador de futebol, o Neymar, por exemplo, possui altos ganhos financeiros por que o mercado atribui alto valor ao seu produto: o futebol.

Um pedreiro possui baixo salário por este mesmo mercado atribuir pouco valor ao seu serviço.

Lembra-se da escassez? Ela aumenta o valor da riqueza produzida. O futebol de Neymar é raro, e por isto vale muito. O serviço prestado por um pedreiro não é escasso e por isto o mercado lhe atribui baixo valor.

A importância na educação na geração de riqueza

A educação é a melhor forma de gerar riqueza. Um cidadão educado é capaz de produzir riqueza, de criar produtos e serviços com alto valor agregado e ser remunerado por isto.

Enquanto importamos um chip de alto valor agregado e que, portanto, possui alto valor no mercado, exportamos um caminhão de laranja, uma commodity que possui baixo valor. Note ainda que os custos logísticos – pense apenas no transporte e armazenamento – para a laranja é muito maior, o que encarece o custo marginal diminuindo a margem de lucro do empresário, quando comparado ao custo do chip.

Uma economia forte se faz com a geração de produtos de valor e estes só são criados por um individuo educado.

Desemprego

O emprego não necessariamente gera riqueza.

O Brasil está construindo diversos estádios para a Copa do Mundo e Olimpíadas.

Empregar todos os desempregados para amassar cimento pagando salário mínimo em nada melhora nossa condição econômica, seria gerado apenas serviço braçal, sem agregação de valor, o que não gera riqueza alguma.

Aumento de salário sem lastro também não é solução

Imagine um decreto dobrando o salário de todos os trabalhadores.

Ele não serviria para nada, pois para haver aumento de salário deve ser gerada uma riqueza correspondente percebida pelo mercado, caso contrário apenas terá mais inflação.

Se os salários dobrarem, os preços de todos os produtos e serviços também irão dobrar, e de fato o que acontecerá será apenas o aumento do valor de papel moeda circulando na economia.

O livre mercado

Podemos definir como livre mercado o direito de todo individuo criar e depois vender uma riqueza ao mercado. Ele é livre para disponibilizar produtos e serviços, mas também assume o risco de este mercado não atribuir valor a sua ação e ele vir a ter apenas prejuízo.

O Estado seria apenas um agente regulador neste processo, usando de seu poder, exclusivamente, para garantir que não existam ações lesivas e fraudulentas por parte dos indivíduos. Assim os preços são atribuídos pela percepção de valor aferida pelo mercado.

**Mas quando o Estado interfere com leis regulatórias favorecendo alguns em detrimento a outros ele gera preços artificiais e não autorregulados pela lei da oferta e da procura. **

Um mercado com um Estado intervencionista, com a falsa ideia de proteger seus cidadãos, apenas encarece os produtos ou os retira do mercado. Quem tem mais de 35 anos deve se lembrar das políticas chulas do governo brasileiro de fixação de preços. A ideia era garantir o preço justo, mas o preço justo nunca pode ser decretado, ele acontece de maneira espontânea. A fixação de preços apenas retirou produtos da mesa dos menos favorecidos, pois os empresários não tinham interesse em vender a preço fixo, e causou recessão. Ainda os mais favorecidos podiam comprar, mesmo que o preço estava fixado, com ágio no mercado paralelo. A ideia da fixação que era garantir o produto ao pobre apenas o fez ficar mais longe do produto.

Ainda quando existe alta regulamentação para a entrada de um novo entrante em um nicho o consumidor é quem perde. A burocracia afugenta o empreendedor e desestimula a concorrência, o que produz escassez e aumenta o valor de mercado.

O Estado como senhor

Um governo intervencionista julga conhecer o que é melhor para todos.

Mas isto é possível?

Não!

E não simplesmente porque somos seres únicos, com livre arbítrio e, portanto preferências particulares e únicas no tempo presente. Nem mesmo nossas escolhas de hoje podemos afirmar que seriam feitas num tempo passado ou futuro, isto porque nossas ações dependem do conhecimento acumulado.

Toda ação realizada por um individuo visa à mudança de um estado de menos satisfação para um de mais satisfação.

A ação ainda depende do conhecimento e interpretação deste conhecimento pelo individuo. Duas pessoas diferentes, mas com o mesmo conhecimento, tomam, provavelmente, ações diferentes, pois interpretam este conhecimento de maneira distinta.

O conhecimento ainda é sempre limitado e incompleto.

Conclusão

Um governo intervencionista mais atrapalha que ajuda a economia de um país. Num mercado de livre concorrência os preços dos produtos e serviços são regulados por seu valor marginal e não arbitrados.

Moeda é representação de valor e não deve ser multiplicada com a falsa ideia de que assim há crescimento econômico.

Este se dá pela geração de valor, que por sua vez é pautado pela educação.

Se um governo desejo crescimento econômica sustentável a única forma é se investir pesadamente em educação.