Valor de mercado, liquidez e frugalidade

Valor de mercado, liquidez e frugalidade

A bolsa de valores já subiu 12% depois de atingir sua pontuação mais baixa em 2013. Aqueles que estavam esperando cair ainda mais para começar a investir perderam a oportunidade e provavelmente agora estão lamentando de não terem comprado na baixa.

Volatilidade é sinônimo de bolsa de valores. Faz parte do jogo. É impossível saber quando o fundo do poço chegou, e portanto o melhor momento de compra. Assim como também é impossível afirmar quando o topo foi alcançado e é o momento de realizar o lucro.

O jargão financeiro fala em “valor de mercado”. Valor de mercado é o preço de negociação de um ativo numa data específica. Quando a mídia anuncia que determinado investidor famoso possui uma fortuna de xis milhões ou bilhões ela se refere ao valor de mercado das ações do investir no momento da análise. De fato ele não tem aquele dinheiro, só o teria se vendesse todos os seus papeis ficando líquido. Estar líquido é estar com dinheiro em caixa.

Conversando outro dia com uma pessoa ela me disse mais ou menos o seguinte: comprei minha casa há 3 anos e me dei bem, pois ela valorizou mais de 50%. Perguntei: Você vai vender a casa? A resposta: claro que não, pretendo morar nela para sempre.

Ora, do que vale o valor de mercado, a casa ter valorizado 50%, se não se pretende vendê-la? Muito pelo contrário, a valorização pelo mercado do imóvel faz supermercados, padarias e demais estabelecimentos reajustarem seus preços para cima. O morador irá apenas pagar mais caro, pois o bairro em que mora está valorizado.

alegria

Uma coisa é olhar o imóvel como investidor, pensar na localização, infraestrutura e possibilidades futuras. E outra é vê-lo como moradia, e aí o valor de mercado pouco importa. Se minha casa vale R$ 50, R$ 200 ou R$ 700 mil reais pouca importância tem desde que ela atenda minhas necessidades.

O mundo vive uma crise de status. Todos querem mostrar possuir o que na verdade não possuem. Ter uma bela casa e um carrão não lhe deixa mais feliz. A felicidade proporcionada pela compra destes bens é momentânea. O que faz realmente as pessoas felizes são coisas simples: um passeio, um lanche, um boa conversa. Ostentar objetos que parecem seus, mas que na verdade são do banco, pois foram financiados em prestações a perder de vista, lhe apresentará aos vizinhos e falsos amigos como alguém importante, mas no fundo você sabe que a verdade não é esta.

Buscar a simplicidade, uma vida frugal, sendo feliz pelo SER e não pelo TER é o caminho da verdadeira alegria e felicidade duradoura.

Agora não confunda as coisas. De maneira nenhuma quero dizer que você não deve ter casão e carrão. Apenas digo que você precisa os ter e não eles ter a você. Você viver na corda bamba financeira durante todo o mês para pagar o financiamento de um carro de luxo é bobagem, status desnecessário. Você ter uma casa enorme que pouco desfruta é burrice.

A frugalidade nada tem haver com pobreza, mas sim com o bom uso e racional dos objetos.

Você deve criar o hábito de viver uma vida à vista. Literalmente à vista. Parar de comprar em parcelas aquilo que você não precisa, mas que a mídia afirma que só você não tem. Vejo pessoas com smartphones de ultima geração que custam à bagatela de R$ 2,5 mil quando estão numa fase da vida que deveriam priorizar a busca de conhecimento para em um futuro próximo poderem sim ter todos os gadget de última geração, mas pagando à vista e sem comprometer grande parte do salário em um financiamento. Quem poupa e investe consome mais, pois não paga juro.

O papa deixou uma mensagem muito clara sobre riqueza e simplicidade. Nas estimativas oficias foram cerca de 3,5 milhões de pessoas em Copacabana. Espero que tenham aprendido com ele que para ser popular e querido não é preciso ostentar, mas é preciso ser.

Também recomendo o excelente texto de hoje no blog do meu amigo Guilherme, o Valores Reais.

Boa semana!