Antes de investir pague as dívidas.

Antes de investir pague as dívidas.

Tenho conversado com algumas pessoas e percebido uma certa distorção no entendimento do que é investir. Por um lado tenho ficado contente, pois alguns têm vindo até mim e perguntado onde investir. Tudo bem que na verdade eles querem fórmulas mágicas para o curtíssimo prazo. Fórmula mágica e curto prazo é especulação e não investimento.

Os especuladores são importantíssimos, dão liquidez ao mercado. Mas sou taxativo ao dizer: especular e investir são atividades completamente diferentes, até usam as mesmas ferramentas, mas possuem naturezas distintas.

O que tenho percebido são pessoas querendo investir, talvez porque a propaganda na grande mídia tenha aumentado, tendo dividas significativas. É algo que não faz sentido.

Se você está pagando seu carro em longas e suaves prestações, é preferível você quitar mais parcelas e se livrar logo da dívida, do que investir o dinheiro. Quase sempre o valor ganho no investimento é menor que o valor pago com juros.

Outra regra importante, até óbvia, mas não praticada, é que não se deve colocar dinheiro em algo que você não entenda como funcione. Só invista em algo que você conheça o funcionamento. Talvez seja por isto que a grande maioria da população apenas investe em caderneta de poupança. O que deve ser feito é o investimento em conhecimento. Investir na busca de informação de alternativas a famigerada poupança. Um bom autor para os iniciantes é o Gustavo Cerbasi. Ele é didático e não usa termos técnicos ao extremo. Recomendo o livro dele Investimentos Inteligentes. É claro que não será lendo um único livro que você se tornará um conhecedor do mundo dos investimentos, mas como já diz o ditado: toda jornada começa com o primeiro passo.

** O que você não deve fazer.**

É errado, por exemplo, comprar um eletroeletrônico em parcelas pagando juros e investir. Se empreste o dinheiro. Veja o preço do produto à vista e parcelado. Deixe de investir naquele mês, ou mesmo resgate parte do dinheiro já investido e compre o produto à vista. Aí assuma o compromisso consigo mesmo de reservar mensalmente o valor da parcela do produto que você pagou à vista para investir. Assim você cobra juros de você mesmo. A situação psicológica é prazerosa de assumir e cumprir um compromisso financeiro contigo mesmo.

A exceção.

A única exceção que vejo é em relação à reserva de emergência. Como a reserva, no meu entendimento, é apenas para emergências reais, mesmo que você queira muito um produto hoje e tenha investido o dinheiro da reserva, na minha visão não deve mexer nele, afinal a emergência pode surgir e você não ter de onde tirar. O ideal seria comprar o produto somente quando você tivesse a quantia toda para o pagamento à vista, mas, como nem sempre é assim que a coisa funciona, parcele.