Três coisas que eu aprendi com Warren Buffett

Três coisas que eu aprendi com Warren Buffett

O texto abaixo é de Bill Gates e foi publicado por ele na última quarta-feira em sua página na rede Linkedin. A tradução é minha e o texto original você lê clicando aqui.

Eu tenho compartilhado artigos de tempos em tempos sobre coisas que eu tenho aprendido em minha carreira na Microsoft e na Fundação Gates. Eu escrevo com frequência em meu blog.

No último mês, eu fui para Omaha para a reunião anual dos investidores da Berkshire Hathaway. É sempre muito divertido, e não somente pelo ping-pong e pelo jogo de arremesso de jornais que eu tenho com Warren Buffett. É divertido também porque eu posso aprender com Warren e ter novas ideias com a maneira dele pensar.

Abaixo três coisas que eu aprendi com Warren nestes anos:

Não é somente sobre investimento

A primeira coisa que as pessoas aprendem sobre Warren, claro, é sua forma de pensar nos investimentos. É normal, dado seu incrível histórico. Infelizmente, a maioria das pessoas para aí, e perdem conhecer seu tino apurado para os negócios. Por exemplo, ele fala sobre a busca de um nicho para a empresa – vantagem competitiva – e se este nicho está em declínio ou crescimento. Ele fala que o acionista deve agir como dono da empresa, olhando para o fluxo de caixa futuro e decidindo o que vale a pena. E que você tem que ignorar o mercado ao invés de segui-lo, porque você tem que tirar vantagem dos erros do mercado – empresas que estão com preços descontados.

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Eu admito, quando fui encontrar Warren pela primeira vez, o fato de ele ter tino para os negócios foi uma surpresa para mim. Eu o encontrei para um jantar, minha mãe nos colou juntos. No meu caminha para lá, eu pensei “por que eu quero conhecer este cara que compra ações?” Eu pensei que ele somente usava variáveis relativas ao mercado – como volume, ou como o preço muda ao longo do tempo – como tomar decisões. Porém quando começamos a conversar naquele dia, ele não me perguntou sobre qualquer destas coisas. Ao contrário, ele começou fazendo uma grande pergunta sobre os fundamentos do nosso negócio. “Por que a IBM não faz o que a Microsoft faz? Por que a Microsoft tem sido tão lucrativa?” Quando eu percebi que ele pensava sobre negócios de uma maneira muito mais profunda daquela que eu havia julgado.

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Muitos CEOs escrevem cartas a seus acionistas, porém Warren é famoso por isto. Em parte pelo seu natural e brilhante humor. Parte porque as pessoas acreditam que ele as ajudará investir melhor (e elas estão corretas). Mas é também porque ele sempre está disposto a falar de maneira franca e criticar investimentos como opções e derivativos. Ele não tem medo de se posicionar, como sua posição sobre o aumento de impostos para os ricos, que vai contra seu próprio interesse. Warren me motivou a começar a escrever minha própria carta anual sobre o trabalho da fundação. Eu ainda tenho muito a percorrer antes que minhas cartas sejam tão boas quanto às do Warren, porém tem sido útil escrever uma vez ao ano e explicar os resultados que temos tido, sejam bons ou ruins.

Entender que seu tempo é valioso

Não importa quanto dinheiro você tenha, você não pode comprar mais tempo. Existem apenas 24 horas em todos os dias. Warren tem total noção disto. Ele não deixa sua agenda ser tomada por reuniões inúteis. Por outro lado, ele é muito generoso em dispor tempo com pessoas que confia. Ele entrega seu telefone privado para os assessores da Berkshire, e eles podem ligar que serão atendidos.

Embora Warren tenha seminários com dezenas de universidades todos os anos, não são muitas as pessoas que lhe pedem conselhos básicos. Eu me sinto com sorte neste sentido: o diálogo tem sido valioso para mim, e não somente para a Microsoft. Quando Melinda e eu começamos nossa fundação, eu pedi a ele conselhos. Nós conversamos muito sobre filantropia, que seu impacto pode ser tão importante quanto os softwares. A maneira de Warren olhar o mundo é brilhante e útil para combater a pobreza e as doenças tão quanto na construção de um negócio. Ele é único.